Lado B lado A

Parece título da música dO Rappa: "Com o corpo fechado Ninguém vai me pegar Lado A lado B, lado B lado A", mas não é.
Sabe aquelas fitinhas pra gravar e ouvir música, que precisavam trocar de lado, em geral, a cada 30 e 60minutos? daí, o lado A/ladoB. Então...

broche fita 7 da Mint customizado por mim com fita (hehe) de tecido encontrada na Av. Paulista.
sempre tive problemas com as fitas de 90 minutos... depois de um tempo de uso elas emperravam... ou rompiam... quem não brincou de serpentina com uma fita k7? puxar a fita da caixinha causava um prazer indescritível...
compacta, bonita, clean, fashion... k7 totally Stars.
As tapesFerro eram mais resistentes???! nunca entendi direito.
Falar de fita cassete-k7 ou tape deck em prolíferos tempos de Steve Jobs news: iMacs em vidro e alumínio, ifone, iLive'08, soa estranho? NEM...
pois esta mídia analógica, jurássica (?) reaparece reciclada, direto do inconsciente / afetivo / coletivo das pessoas.

No começo dos anos 80, o tocador portátil de k7 com fones de ouvido, deu o chute inicial pra mobilidade da música e mesmo após o surgimento do walkman, a fita cassete foi usada intensamente até os 90'.

Entre 1991 e 1996, trabalhei com música e lembro que esse foi o meio mais prático de divulgar o material de uma banda, seja para rádios ou para fanzines - editados em todo Brasil e responsáveis pela difusão da cena musical independente. E muitas edições foram lançadas com compilações de bandas novas, tudo em k7.
"Qualquer banda de garagem que quisesse fazer sua música circular precisava ter uma fita cassete demo. Além disso, “as gravadoras não queriam mais contratar bandas de Rock, relembra Gabriel Thomaz (ex Little Quail e atual Autoramas), “as demos foram a maneira do trabalho de cada banda circular e ser comercializado”. http://mmrecords.com.br/200704/fim-de-seculo/

Além das coletâneas que minhas bandas: The Plastic Dream e Adventure participaram, parte do nosso acervo sonoro, como entrevistas pra rádio, shows transmitidos ao vivo, 'bases' de ensaio e primeiras demos das músicas, está gravado nessa mídia.

Mas em tempos de iPod, o reaparecimento da fita k7 pode ser visto, nas vinhetas da MTV Brasil e no mundo da moda, através de acessórios, estampas de camisetas e outras apropriações.
No mes passado, o site designboom apresentou carcaças de K7 com customizações estilosas (algumas fotos das peças ilustram essa nota. outras informações estão em
http://www.designboom.com/contemporary/cassettes.html)
e a revista Dummy, issue 5-summer 2007, apresentou matéria com diversos modelos das clássicas fitinhas. veja + online: http://www.zmags.co.uk/showmag.php?mid=rwtsh

Há quem aprecie as fitas na sua função original, em todo caso, vasculhe a casa, em algum canto deve haver uma fitinha jogada... busque inspiração e pimp your k7, já.