fiz trajetinho novo no centro

Ando muito no centro histórico de São Paulo.

Vale do Anhangabú, como rebatizou um amigo argentino.

Ontem cruzei o Vale do Anhangabaú até a rua Líbero Badaró, pra deixar uns documentos na Universidade Anhembi Morumbi... até aí, nada de novo, até porque tenho o hábito de tomar café no térreo do edifício Martinelli

Jardins e Ed.Martinelli visto do prédio do Banespa.

e servir de guia do topo de SP (só pra amigos), no nosso 'Empire State' - o prédio do Banespa ou Ed. Altino Arantes (End: Rua João Brícola, 24. Tel.: (11) 3249-7180. Horário: De segunda a sexta, das 10h às 17h. Grátis! A foto de abertura deste blog foi feita lá e a postada embaixo captura a camada bege de poluição da cidade).

Antes de morar na cidade, esse era o passeio que ficava só na vontade... um dia, já vivendo no bairro Cambuci, segui a pé pela rua Lavapés em direção à Liberdade, sem nada pra fazer e sem um tostão furado na carteira, resolvi alcançar a bandeira tremulante do Estado de São Paulo, que fica no topo do prédio e pode ser vista de diversos pontos das ruas em labirinto.
Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece, mas eu recrio essa sensação toda vez que preciso de 'ar', se é que vc me entende, quando preciso estar comigo e recarregar o fôlego, mais ou menos como se faz quando se mergulha no mar sem equipamentos.
Zona Norte?!
então..., seguir dalí até a Praça da Sé é que era a novidade! queria ver a exposição Elke Quântica Maravilha, na Caixa Cultural SP http://www.caixacultural.com.br/

Depois do básico café no Martinelli, segui pelo mesmo lado da calçada e prestei atenção na movimentação dentro da Casa Godinho http://www.casagodinho.com.br/, entrei pela primeira vez pra conferir o preço das amêndoas e das nozes.
O lugar é referência em produtos importados e especiarias, desde 1888. E as famosas bandejas de bacalhau da Noruega estavam expostas num balcão bem na entrada... é, SP tem idade!
Atravessei a Praça do Patriarca, que não lembrava ter esse nome, porque, pra mim, era o largo-extensão do Viaduto do Chá.
Tive um dejà-vu de Nova Yorque (que só conheço de filmes...), quando entrei num sebo de vitrine bacana.

Lá dentro, um ouvido se ligava na música ambiente-Marisa Monte, o outro acompanhava o papo do cliente-habituè e sua história da contratação de uma faxineira pra limpar seu kitnet, depois de muito tempo produzindo sujeira, enquanto olhos e mãos rastreavam as prateieras e a mente cantorolava o hit 'O q Sou' da Quelynah >"tu-do beem, tou legal. queroal-guémespeci-aal... eu tou legal oh han Yeah..." e o refrão viro trilha da minha peregrinação >"eh, assim.. o que sou, como sou... é bem assim... não é pra qualquer um, nã.o"



http://www.youtube.com/watch?v=G-DOExmCq7c making-of do clipe 'O que sou'.

Show na Boo-boo em Pinheiros. Coquetel depois do lançamento do filme Antônia, no ano passado.
encontrei um livro pra complementar a bibliografia da oficina que vou dar no CCSP, em setembro: Moda & Popmusic - Transcendências do Consumo, de um autor conterrâneo, Tupã Gomes Correa.

No deslocamento, eu fazia alguma idéia da direção que deveria tomar, mas me movia a la Baudelaire(!?), selecionando os trajetos de forma descompromissada, prestando atenção em tudo, na arquitetura, nas proporções dos prédios, nos recortes das ruas e no desenhos das quadras (muitas triangulares), ao invés de onde chegar. Até porque, se me perdesse (?!), com certeza, não sairia do perímetro paulistano (motivo pra rs).
Buscava sempre a região mais alta, até que cheguei numa praça cercada de lindos prédios antigos... o Largo São Francisco, com igreja e convento franciscano, Faculdade de Direito e outras ruas bifurcadas.
Já havia passado por alí com uma amiga, mas de carro... a surpresa estava na escolha das ruas e na proximidade dos detalhes.
No horizonte de uma rua, altas palmeiras estavam enfileiradas... hein? palmeiras e horizonte em SP?... fui.
segui, desviando de outros enfileiramentos... gente, óbvio, entre pontos de ônibus e descarregamentos de produtos.
As palmeiras faziam parte da Praça da Sé! não tou ficando maluca, o ângulo era totalmente novo.. Em frente à catedral da Sé, se estendia um tapete de gente comum... pessoas fazendo nada, paradas solitárias ou em grupos, em repouso, deitadas nos pés das árvores ou em movimento frenético e multidirecionado, seguindo na direção do metrô...

Cobertor estendido na praça e velhinho solitário dá as costas pros táxis que contornam a Sé.

eu cruzei a praça na diagonal, em direção ao imponente Edifício Sé, de arquitetura art decò (1939), com suas colunas, vitrais, mármores negros e metais inacreditáveis!
Pronto, havia chegado no Museu - a Caixa Cultural SP.
Do mármore preto, as palmeiras fazem frame pra Praça da Sé.