Água Forte Arte que cura

Na semana passada abriram diversas exposições de arte na cidade.
Teve desde as alternativas, charmosinhas, em lugares pequenos como: ‘O Resto da comida do Rei’ [individual com desenhos em backlights] do italiano artista-2501 na Galeria Coletivo e a ‘Skate-Obsession com Chivitz, Marcelo Cidade..., na Maze Skateshop. Às mais pomposas como: ‘Palazuelo: processo de Trabalho’, do pintor espanhol morto Pablo Palazuelo na Estação Pinacoteca e a coletiva ‘Quase Água’ com trabalhos de Rosângela Rennó, Lúcia Koch, o mexicano Héctor Zamora, Zezão, entre outros, no Itaú Cultural.
A função continuou no sábado com a inauguração do galpão Fortes Vilaça, um novo espaço na Barra Funda, com uma exposição de tema sintético: ‘God is Design’.
Além disso, um ex-aluno havia me chamado para abertura de sua expo-balada, perto da estação Corinthians-Itaquera do metrô.
A semana começa com mais exposições na Galeria Vermelho, em lugares curiosos, aqui no Centro e baladinha da Adidas com show de reggae.
Mas, desde quinta, estou fora do circuito, porque [pela primeira vez na vida] quebrei um osso. Na verdade, trinquei um osso do peito do pé.
Foi assim..., a noite estava linda e a comunidade artística se encontrou na exposição do Itaú pra brindar e vivenciar as catorze instalações.
A água ali, era pretexto ou força de expressão do curador Cauê Alves, talvez por ser um elemento que se transforma e, na sua 'quase' imaterialidade, provoca sensações múltiplas.
Tudo muito bem, tudo tão bom que resolvi continuar a noite, lá pros lados da Vila Olímpia [deveria ter ficado na Augusta, como sempre] e acompanhar os amigos na inauguração da nova filial da Champanharia Ovelha Negra de Porto Alegre.
Lá estavam os gaúchos que moram aqui e os de passagem, um dos sócios do lugar e garçons fofos que atendem em PoA.
Achei a configuração espacial do lugar meio caótica, mas estávamos chegando tarde...
Não havia lugares livres, até que um amigo saiu de um banco coletivo [três lugares] de madeira maciça e foi embora...
Como o espaço era justo, o banco se sobrepôs ao do lado e eu quis desengatá-los [ai, minha mania de produtora!] pra poder sentar, mas este se precipitou e com peso dos ‘móveis de Gramado’ caiu sobre o meu pé com AllStar de estampa piton!
Não senti dor, mas achei que aquilo não ia prestar...
Quando cheguei em casa procurei por gelo, mas as forminhas estavam vazias.
Lembrei de ter deixado no congelador um exemplar do ‘Elemento Desaparecido’ - picolé de água mineral do Cildo Meireles que ganhei,no ano passado, noutra exposição do Itaú.
Enrolei pé e picolé... e naquele final de noite, acreditei que a barra de gelo, potencializada pela arte do grande mestre, iria deixar meu pé pronto para novas perambulações.
Nada!
Depois do Rx ganhei uma botinha branca, um saltitar desengonçado de Saci, uma licença dos compromissos e mais horas na frente do notebook e da tevê.
Estou preferindo ver filmes de andarilhos, como 'Anahy de las Missiones', de viagens, como 'Carlota Joaquina' e programas tipo ‘Scarred/MTV’, pra ter certeza que quebradeiras mais horripilantes acontecem com o corpo humano.

Fotos integram ensaio performático: Vontade que a Arte Cure.