Reforma trouvè

Acho que a construção civil manda bem quando o assunto é instalação...
de Arte. [hoje tive mais uma confirmação disso... ]
Os equipamentos, os procedimentos... e todo processo de construção/desmanche/reconstrução são muito interessantes. Gordon Matta Clark já sabia, era um visionário!
Christo se esbalda... não é à toa que a Arte contemporânea se mistura, cada vez mais, à Arquitetura, seja aproveitando sua escala, seus materiais ou se apropriando de suas soluções...
Também!, existe algo mais espetacular, em termos de transformação material, do que as megacidades?
Hoje fui ao CCSP para duas coisas: assistir o último dia da comédia grega dirigida pelo Nicolàs Monastério e ouvir um integrante do coletivo GOB SQUAD falar sobre seu trabalho no minhocão em SP, dentro dos encontros do Projeto de residência e intercâmbio Brasil-Inglaterra do British Council.
Adorei o conceito do grupo que mistura performance, teatro, intervenção urbana e vida real, já que visa 'inserir o belo naquilo que é mundano'.
(pausa para reflexão. E não pense que é ironia, quero uma pausa para reflexão, mesmo). http://www.gobsquad.com/

Só uma coisa chamou mais minha atenção do que os vídeos, filmes e fotos dos artistas brasileiros e ingleses: a reforma que começava no térreo, na área da biblioteca e da 'lan' do Centro Cultural, passava pelo piso onde estávamos e chegava a um ou dois andares acima...
Quando o coordenador do CCSP passou, perguntei o que era aquilo, ele disse, aquilo o quê? ali coberto pela tela azul... ah, é uma reforma... eu disse: que pena, é a instalação mais incrível que já vi aqui dentro...
Talvez eu volte lá, só pra fotografar... [argh, minha câmera nunca está na bolsa quando preciso]
Vou tentar descrever:
pelo menos doze colunas de andaimes emendados cobriam uma lateral, vinham do térreo e chegavam ao teto (quantos eram preciso para formar aquela altura, não consegui contar...).
Como o prédio tem rampas, vigas, área de elevador expostas, outros dez andaimes fechavam o quadrado, eram interrompidos por estes elementos e recomeçavam do outro lado...
Falei que chamou minha atenção, a escala era faraônica!
Tudo isso era embalado por finas telas plásticas azuis (adoro isso!).
Olhando para o térreo, via-se baldes, lixeiras e tanques de cores e tamanhos variados, enfileirados e cheios de água.
É que hoje, foi mais um daqueles dias 'Blade Runner': choveu 24h e mais um pouco...
assim, a água entrava pelas goteiras e pingava nos tanques, fazendo barulho...
Contornei 'a obra'.
Do outro lado dava para atravessar a tela e caminhar por um trecho de rampa.
No chão estavam camadas de jornais abertos e uma barreira leve de serragem... tudo molhado! Além de mais baldes e tanques cheios de água.
Dali, dava para ver o teto rosa dos tapumes de madeira compensada ou aglomerada, sei lá...
Adorei, a-do-rei !
Dez, nota DEZ!

As fotos? Ah, são reformas trouvè que acontecem por aí.