Mãos de Pólen Pop

O almoço de bota-fora de um amigo foi cancelado e com a mudança de planos no domingo, esqueci de ir ao Arquitetando Idéias - 'Superflat Worlds: o Japão no início do século XXI, debate no Sesc Avenida Paulista, dentro do evento Tokyogaqui [que comemora os 100 anos de imigração japonesa no Brasil].
Pena... porque o conceito Superflat se refere às relações entre arte, consumo e infantilização na cultura jovem do Japão e isso me interessava!

Na semana passada, eu andei 'arquitetando' outras situações em casa mesmo.
Descobri, por acaso, um pigmento vegetal bacana, quando me aproximei de um vaso de flores brancas e perfumadas, que minha room mate trouxe para casa e saí com a mão pincelada de amarelo.
Além do perfume exótico, os lírios estavam espalhando um pólen sépia.
Resolvi esfregar o pó nas mãos e lembrei da performance 'Yemanjá and Others Spituals Things' que fiz para um projeto de pesquisa em performances que eu, a Elaine Tedesco e a Lúcia Koch desenvolvíamos no Instituto de Artes/UFRGS.
Neste trabalho, registrado em vídeo e fotos pelas outras artistas, eu lavava mãos e pés, os pintava de azul, trocava uma túnica azul por uma lingerie de renda vermelha e uma saia de veludo marrom e fazia um trajeto em círculos pela sala, segurando a imagem de Yemanjá.
Resolvi registrar a função do pó de pólen, quando vi que ele cobria de amarelo intenso a minha pele. Era oleoso e mesmo depois de lavar a mão com sabonete líquido, não saiu e fui obrigada a estender a performance pela tarde inteira!
O rosto também ficou meio manchado, como se eu estivesse me transformando em japa. Assim, quem me viu, viu. Aproveitei pra prestar minha homenagem à cultura japonesa. Seguem duas fotinhos,