Papo POP (popular) e versão (agreste) para WANNABE

Em mais um trajeto de ônibus pela cidade, parei de ler Lúcia Santaella [Por que as comunicações e as artes estão convergindo?] para prestar atenção na conversa, nada discreta, de quatro mulheres nordestinas.
Como fiquei sabendo que eram nordestinas? Bem, além do biotipo baixo, da pele morena, das gírias e acentos na fala, elas deixaram isso bem claro, se referindo aos seus locais de origem: Feira de Santana /Bahia e Maranhão.
Falavam aos gritos. Atropelavam a fala, uma da outra. O subject era homens. Começaram pela Parada Gay.
A que havia trabalhado, domingo, na Av.Paulista comentou que não era só gay que frequentava a festa, tinha homem-homem também, mas ficou impressionada com a quantidade de homens-gays.
Outra emendou que quem tivesse um homem deveria cuidar bem. Ela tinha um homem bom, trabalhador e quieto ao seu lado.
A primeira comentou que homem casado também pode ser gay e lembrou de um conhecido que tem mulher e filhos, mas se relaciona com homens e, até passou por ela na Parada, com a maior 'cara de pau'!
Todas pensaram alto:
- Ser traída por uma mulher até dá pra entender, mas por um homem...!
- Já pensou, ser trocada por um homem?!

O assunto mudou quando outra falou que estava cansada.
- Cansada de quê?
- De trabalhar...
- Que que é isso, Você é nova, fia.
- É, mas ainda não me acostumei nesse trabalho. Tenho que levantar todo dia às 4h30.

A voz da experiência falou: - Eu tenho 38 anos! Criei meus 4 filhos sozinha. Vivo há muito tempo em São Paulo, trabalho muito e acordo sempre às 4h da manhã. E você está cansada...!

Outros assuntos surgiram... falaram em fazer um curso, se atrapalharam na pronúncia de algumas palavras, citaram o Farol da Barra e outros roteiros de praias que visitam quando vão a Salvador. Mas o assunto principal voltou: disseram que os homens baianos não prestam. Depois, descreveram dois colegas de trabalho: - Sabe, aquele magrinho?
E o outro, bem... acabaram com ele:
- Eu não gosto daquele cara, ELE É CHEIO DE QUERER SER...

A partir disso, achei que esse bate-bola feminino valia um post no blog.