Sorte do dia: Vai um remedinho?

Panorama: terça-feira linda em São Paulo! céu azul sem nuvens, sol brilhante, temperatura de 28 graus, prometida no telejornal e confirmada nos termômetros da cidade. Coisas para fazer > gente para ligar, emails para enviar > papéis para registrar > convites para solicitar > aulas para assistir > vernissage e festinha para ir.
Resolvi almoçar em casa para cumprir uma parte da agenda.
Quando tudo se encaminhou, entendi que não daria tempo para pegar o ônibus, atravessar a cidade de oeste a sul e assistir a aula das 17h.
Coloquei caderno, óculos, caneta e casaco na bolsa e fui... Peguei um táxi [economizei com o almoço, pensei...].
Sorte!
O trânsito estava ok na Amaral Gurgel, ok na 9 de Julho e ok na Santo Amaro. Os aviões cortavam o céu da região num movimento constante. Tudo fluía bem, até minha gripe havia melhorado. Hhumn,
Bastou chegar na frente da Universidade pro cenário se modificar. Na verdade, a Universidade não tem nada a ver com isto, foi só o ponto da mutação.
Peguei a última nota de 50 reais que achei jogada na bolsa, pra pagar a corrida de 40 e uns quebrados. Achei que na carteira tinha algum trocado, mas... onde estava a carteira?
Nunca, nunquinha na vida esqueci uma carteira, nem quando bebi demais.
Lembrei que ficou sobre a mesa, ao lado do laptop.
Então..., estava sem documentos, sem cartão de ônibus, da faculdade, com troco de 10 reais e o roteiro pós-aula modificado.
Nesse meio tempo, um grande incêndio começou em Moema. Eu passei por lá.
No bar, um colega quis me pagar um lanche, aceitei um café. Outra colega pagou o xerox de 20 páginas que eu tinha que fazer e a professora havia cancelado por email a aula das 17h. Não pra mim.
Argh e eu peguei um táxi!
A aula das 18h30 rolou.
Saímos às 21h e ganhei uma carona até a Rebouças.
A abertura da exposição na Tomie Ohtake eu já havia descartado, mas estava indecisa sobre a festinha. Precisava passar em casa e pegar a carteira.
Peguei um ônibus pro centro, parei na padaria perto de casa, para tomar um café.
Os 'trocentos' garçons do lugar estavam fazendo muitas coisas, menos atendendo o balcão.
O moço que chegou depois de mim foi atendido.
Depois de escolher, agradecer a chegada da pizza, dos talheres e do café fiz uma coisa assustadora: peguei a lata de azeite de oliva e temperei meu café-pingado!
Até agora essa imagem me revolta o estômago.
Morrendo de vergonha, perguntei pro casal ao lado: - Vocês viram o que eu fiz?
Eles riam.
Pedi outro café pro garçon, que não quis cobrar.
Eu já havia temperado um expresso antes, na padaria da MTV: sacudi com vontade um vidrinho com pó marrom, acreditando que era canela, mas era pimenta.
Só que a coisa não foi tão grave, eu estava conversando com um amigo e me distraí, além do mais, o café ficou caliente!
Comi a pizza e vim pra casa... Com o déficit de atenção atingindo índices alarmantes, achei mais seguro avisar os amigos que não ia mais bailar o Cha Cha Cha.