Corpo de artista e corpo da audiência


Delícia de ver o tanto de gente bonita e inteligente que compareceu ao primeiro dia da VERBO - mostra anual de performances na Galeria Vermelho.
Na verdade, isso não é novidade pro lugar.
Novidades foram as vídeo-performances apresentadas pelos artistas da galeria e convidados do evento, já que não era permitida a inscrição de trabalhos neste formato.
No pátio também rolavam ações, bebidinhas e conversas.
Engraçado! em evento de performance, quando alguém abre uma agenda ou mostra alguma foto para outro, fica a sensação de situação/ação programada.

Nesta edição, rolou até campanha: 'ação de trocas simbólicas' dos grupoum e opavivará. Veja esta e outras trocas no blog moitará.
Eu doei um batom [não uso batons, mas ando sempre com um na bolsa] e ganhei um colar com pingente de cerâmica clara, numerado.
Meu número era gráfico, duplo, mágico: 909! pois presta a várias leituras: de um lado é 909, do outro é 606 e a soma dos números dá 9. 9+0+9=18. 1+8 = 9.

O que achei das performances?
Do que consegui ver, gostei mesmo desta ação 'moitara' in progress e do meu souvenir mágico.
No pátio, o encontro com o Wagner aka cabeça (batizado em homenagem ao dramático compositor alemão) foi digno de audiência.
Curti o bom mal estar que a instalação [cubo criado com quatro cortidas de metal grafitadas] do Marcelo Cidade (?!) causava. Através dela, podíamos medir nosso condicionamento sonoro nas grandes cidades.
O ruído gerado na manipulação (abrir e fechar) das cortinas desencadeava a sensação de ter que sair rápido do lugar, era uma espécie de sinal de alerta, de algo que se fechava, terminava. Estranha essa minha sensação, porque também podia ser sinal de abertura. Enfim, deu pra entender? Freud talvez explique... poir é, Allan (Kaprow) vivemos (n)um mundo performático, msmo.