Bom dia!
Acordei às duas da tarde com muita dor de cabeça.
Acho que foi o sonho que tive. Fiquei cansada.
Lembro de estar sentada no lugar do carona, num carro estacionado numa rua em ladeira. Na verdade, não era rua, era um trecho não pavimentado, em meio a novas construções e à beira de um penhasco com o mar ao fundo.
Senti que o carro escorregou, depois se moveu e, em seguida, começou a andar... Pulei pro lugar do motorista [não sei dirigir, mas estas coisas de controlar e freiar se nasce sabendo. Depois, era sonho, né?] tentei governar o carro e ao mesmo tempo travar. A rua fazia uma curva.
Botei a cabeça para fora da janela e gritei por socorro. [pra quê... eu não sei. Isso nunca funciona, mas enfim]. O freio de mão não funcionou. Tentei o pedal que estava muito frouxo. Fiz a curva.
Em frente havia uma mansão de filme [acho que vi isso em Reflexo da Inocência], recém construída com dois andares e uma sacada pro mar.
Eu podia seguir em três direções: da parede lateral da mansão, do vazado na arquitetura que dava para o primeiro piso ou do mar.
Girei o carro pro lado da parede e apertei aquele pedal flácido até o fim. O carro parou.
Escapei por pouco de uma tragédia e não destruí nada!
Lembro de pessoas chegando ao local e eu respondendo qualquer coisa. Depois, acordei feliz..., mas com muita dor de cabeça.
Resolvi fazer um café [pra mim, café não aumenta dor de cabeça, nem atrapalha o sono...].
Enquanto esperava, comecei a descartar papelagens, flyers e outras bugigangas que estavam sobre a mesa há dias.
Achei uma mini revista, dessas que se pega free em livraria ou em bar. Folheei pra ver se colocava no lixo ou não. Todas as páginas diziam que deveria ir pro lixo, menos a penúltima.
Comecei a ler e gostei tanto do texto [forma e conteúdo] que vou compartilhar com quem passar os olhos aqui. É interessante pensar sobre o quanto somos cúmplices das campanhas publicitárias de moda e esperamos encontrar imagens de corpos belos, jovens, famosos e femininos (independente do gênero). Acho que este texto ainda 'conversa' com o meu post de ontem e a revistinha já pode ir pro lixo.
Ou não.
sobre VIAGENS E CONCEITOS por Mauro Riot
'Amamos, tão-somente, a idéia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos'. Fernando Pessoa.
Poucas vezes na vida vi um óbvio tão ululante. Nova York, três da tarde. Lá estava o mito-zumbi guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards, sentado na cama de um quarto de hotel com uma mala de uma renomada marca francesa... Ora - por que não dizer? -, era da Louis Vuitton! Ele tocava sua guitarra à espera do choque de seus espectadores.
Infelizmente, a cena não foi testemunhada ao vivo. Eu a vi em uma revista.
O chavão de uma propaganda da Louis Vuitton seria Gisele Bundchen, Scarlett Johansson ou mesmo Madonna. Mas Keith dá uma vertigem boa, que me fez pensar no tipo de investimento que fazemos sobre nossos conceitos. Confesso, tenho uma idolatria juvenil por figuras como Keith. A expressão de sua psique é inabalável e transgressora. Apesar de todas as lendas que o circundam, verdadeiras ou falsas [a que mais gosto é da barwoman, linda e formosa, que sempre o acompanha nas turnês da banda servindo seus hi-fis], ele representa a pureza da obra de arte: a imperfeição.
Essa sensualidade torta é que nos dá sensação de poder. Foi isso que a Louis Vuitton buscou: uma víscera que transgredisse o glamour não-me toques da sociedade do espetáculo, da Côte dÁzur, da Rodeo Drive e da Oscar Freire. E essa víscera, essa sensualidade torta, essa transgressão é a essência do que precisamos, isto é, uma boa dose de amor-próprio, mesmo que seja através de Keith Richards.
[não deixe de entrar neste link, além das fotos de Annie Leibovitz, Keith fala de Londres em Diário de Viagem. No capítulo 8 ele descreve o amanhecer no Hyde Park e em outros capítulos fala do som do Tâmisa, de Notting Hill, tudo ao som de dedilhado melancólico de sua guitarra e com narração enfumaçada com acento british... Oooh, ah!]
Créditos por ele mesmo: *Mauro Riot não tem mulheres que o acompanham em turnês e não usa malas da Loius Vuitton, mas mesmo assim se ama. Results ON Pocket #8 www.resultson.com.br
Acordei às duas da tarde com muita dor de cabeça.
Acho que foi o sonho que tive. Fiquei cansada.
Lembro de estar sentada no lugar do carona, num carro estacionado numa rua em ladeira. Na verdade, não era rua, era um trecho não pavimentado, em meio a novas construções e à beira de um penhasco com o mar ao fundo.
Senti que o carro escorregou, depois se moveu e, em seguida, começou a andar... Pulei pro lugar do motorista [não sei dirigir, mas estas coisas de controlar e freiar se nasce sabendo. Depois, era sonho, né?] tentei governar o carro e ao mesmo tempo travar. A rua fazia uma curva.
Botei a cabeça para fora da janela e gritei por socorro. [pra quê... eu não sei. Isso nunca funciona, mas enfim]. O freio de mão não funcionou. Tentei o pedal que estava muito frouxo. Fiz a curva.
Em frente havia uma mansão de filme [acho que vi isso em Reflexo da Inocência], recém construída com dois andares e uma sacada pro mar.
Eu podia seguir em três direções: da parede lateral da mansão, do vazado na arquitetura que dava para o primeiro piso ou do mar.
Girei o carro pro lado da parede e apertei aquele pedal flácido até o fim. O carro parou.
Escapei por pouco de uma tragédia e não destruí nada!
Lembro de pessoas chegando ao local e eu respondendo qualquer coisa. Depois, acordei feliz..., mas com muita dor de cabeça.
Resolvi fazer um café [pra mim, café não aumenta dor de cabeça, nem atrapalha o sono...].
Enquanto esperava, comecei a descartar papelagens, flyers e outras bugigangas que estavam sobre a mesa há dias.
Achei uma mini revista, dessas que se pega free em livraria ou em bar. Folheei pra ver se colocava no lixo ou não. Todas as páginas diziam que deveria ir pro lixo, menos a penúltima.
Comecei a ler e gostei tanto do texto [forma e conteúdo] que vou compartilhar com quem passar os olhos aqui. É interessante pensar sobre o quanto somos cúmplices das campanhas publicitárias de moda e esperamos encontrar imagens de corpos belos, jovens, famosos e femininos (independente do gênero). Acho que este texto ainda 'conversa' com o meu post de ontem e a revistinha já pode ir pro lixo.
Ou não.
sobre VIAGENS E CONCEITOS por Mauro Riot
'Amamos, tão-somente, a idéia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos'. Fernando Pessoa.
Poucas vezes na vida vi um óbvio tão ululante. Nova York, três da tarde. Lá estava o mito-zumbi guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards, sentado na cama de um quarto de hotel com uma mala de uma renomada marca francesa... Ora - por que não dizer? -, era da Louis Vuitton! Ele tocava sua guitarra à espera do choque de seus espectadores.
Infelizmente, a cena não foi testemunhada ao vivo. Eu a vi em uma revista.
O chavão de uma propaganda da Louis Vuitton seria Gisele Bundchen, Scarlett Johansson ou mesmo Madonna. Mas Keith dá uma vertigem boa, que me fez pensar no tipo de investimento que fazemos sobre nossos conceitos. Confesso, tenho uma idolatria juvenil por figuras como Keith. A expressão de sua psique é inabalável e transgressora. Apesar de todas as lendas que o circundam, verdadeiras ou falsas [a que mais gosto é da barwoman, linda e formosa, que sempre o acompanha nas turnês da banda servindo seus hi-fis], ele representa a pureza da obra de arte: a imperfeição.
Essa sensualidade torta é que nos dá sensação de poder. Foi isso que a Louis Vuitton buscou: uma víscera que transgredisse o glamour não-me toques da sociedade do espetáculo, da Côte dÁzur, da Rodeo Drive e da Oscar Freire. E essa víscera, essa sensualidade torta, essa transgressão é a essência do que precisamos, isto é, uma boa dose de amor-próprio, mesmo que seja através de Keith Richards.
[não deixe de entrar neste link, além das fotos de Annie Leibovitz, Keith fala de Londres em Diário de Viagem. No capítulo 8 ele descreve o amanhecer no Hyde Park e em outros capítulos fala do som do Tâmisa, de Notting Hill, tudo ao som de dedilhado melancólico de sua guitarra e com narração enfumaçada com acento british... Oooh, ah!]
Créditos por ele mesmo: *Mauro Riot não tem mulheres que o acompanham em turnês e não usa malas da Loius Vuitton, mas mesmo assim se ama. Results ON Pocket #8 www.resultson.com.br