Instantes Finais

Várias taças de vinho depois, na boca ainda estava o sabor dos docinhos especiais servidos em caixas retangulares de cartão preto, fui pra casa.
Abri a porta da garagem e não consegui passar.
O carro habitual estava lá, seguido de outro bem maior, que impedia minha subida pro estúdio/kitnet/casa.
Depois de alguns minutos de indecisão e tentativas de me esgueirar pelos micros espaços (vi os gatos fazendo isso), de um lado a parede da casa, do outro, a porta da garagem, tirei as botas, joguei as coisas sobre o carro e passei por cima.
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No meio da manhã, acordei com um pesadelo de situação irreversível.
Eu e mais alguém estávamos na sala de uma casa.
A luz do dia (ou era noite?) era cinza-luminoso.
Na janela, olhei pro céu e ele estava desconcertante.
O máximo que consegui dizer pra outra pessoa foi: - Olha isso, o céu está derretendo!
Todo ar, vapor, enfim, tudo que se entende por céu estava transformado em blocos e flocos como nos sorvetes, neve ou degelo de geladeira.
Tudo pingava e desabava em grandes quantidades e muito rápido.
A sensação era de total vulnerabilidade aquela natureza alterada.
Olhei pra baixo e a casa flutuava como um iglu num iceberg. Também estávamos derretendo, diluindo e eu sabia que em poucos instantes, estaríamos submersos naquele mar em que tudo se transformou.
Foi o que aconteceu.
Fim do mundo.
Fim do sonho. OBS: não era isso, era bem pior.
Hey, sei que os sonhos são pessoais e questões subjetivas podem ser interpretadas através deles, mas não custa assumir uma postura Ecofrendly já!
Evento sobre o assunto nesta semana em SP. O Greenpeace estará lá.

No gênero futuro/punk/catástrofe, depois de BladeRunner, MadMax e o Quinto Elemento, Waterworld - o segredo das Águas é meu filme favorito e acho que ele funcionaria como continuação do meu sonho! A essência é a mesma, mas tem muitas diferenças plásticas. Assim, todos os direitos do meu sonho estão reservados, mas aceito propostas para filmagem (hehe).