Fim de Ano/Ano Novo

Dezembro/2008, antes das festas - Aeroporto de Congonhas (SP):
Larguei bolsa, mp3 e mochila com laptop na esteira rolante da polícia federal. Passei pelo portal sensível e o alarme tocou.
Voltei. Tirei o cinto de couro vermelho com fivela de metal pesado.
Passei e outra vez o alarme disparou.
Uma policial veio ao meu encontro, perguntou se eu tinha moedas, outros objetos nos bolsos ou algo metálico espalhado pelo corpo.
Eu disse que não.
Então, me fizeram passar pelo lado do portal e subir num tapetinho posicionado em diagonal, bem à vista de todo mundo - passageiros em fila nas outras esteiras, gente nas salas de embarque e circulando pelos corredores.
Precisei encaixar cada pé nos espaços desenhados no tapete.
Quando olhei pro chão, vi minhas boots de cowboy brilhando. Claro! foram as biqueiras e os metais no calcanhar das botas que apitaram. Falei: - Ei, moça!
Ela mandou eu abrir os braços e começou a me rastrear com o bastão sensível.
Depois que conferiu meus contornos superiores, baixei os braços e continuei falando das botas... ela insistiu no Por favor:
- Senhora, mantenha seus braços abertos.
Como minhas mãos não saiam da cintura (é que eu preferia pagar o mico na posição de açucareiro do que de Cristo Redentor), outro policial se aproximou e não saiu do meu lado até o final do procedimento.
Neste momento, tudo apitava: o ziper, o botão do jeans e claro, as ponteiras e calcanhares das boots.
Mais um pouco de sensibilidade e o bastão apitaria nas minhas tattoos!
Não é nada fácil circular em aeroporto num estilo rocknroll.
Depois que a polícia me liberou, me recompus emocional e fisicamente (recoloquei cinto, mp3, acomodei a mochila nos ombros e peguei a bolsa), mas precisei ficar mais duas horas na sala de embarque, por conta de um atraso no avião da Gol.
Fomos embarcados num avião da Varig e como se isso não bastasse, eu, que tinha lugar marcado - janela antes da asa esquerda, desde a compra do bilhete (pelo menos 15 dias antes da data do vôo)fui surpreendida com uma janela inexistente. Ao invés do vidro, me deparei com o revestimento plástico da aeronave. Reclamei pra aeromoça da sensação de claustrofobia, mas ela disse que não podia me trocar de lugar, porque o avião estava lotado.
Realmente, além dos passageiros, diversos funcionários com crachá da Gol, pegaram o mesmo vôo.
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Janeiro/2009 - in another home, Porto Alegre (RS): Selecionei alguns clipes legais de SPOON, BEIRUT, DEATH CAB FOR CUTIE e ANIMAL COLLETIVE para começar o ano inspirada: