Descobri a Travessa do FALA-SÓ, pesquisando hotéis em Lisboa – Portugal, nos sites associados ao Google-map.
O nome instigante da travessa ativou a vontade de fazer uma ação naquele lugar, para além das caminhadas fotográficas e das capturas de sons que costumo fazer nos lugares por onde passo. E, vinha ao encontro das questões trabalhadas na minha pesquisa de doutorado em Poéticas Visuais no PPGAV- IA-UFRGS, intitulada Falei em Voz ALTA – ERRAGEM, voz e outros sons, que enfatiza o som (voz e paisagem sonora) em performance. Escolhi me hospedar numa região cujo nome me remetia a um tipo de ruído: o Chiado (ao chegar lá, descobri que o nome não se referia ao ato de chiar, mas era uma homenagem ao poeta popular, cronista da vida social lisboeta, do século XVI: Antônio Ribeiro Chiado – um contemporâneo de Luís de Camões). Assim, antes de chegar a Lisboa, havia criado uma proposição: fazer um percurso a pé, do Chiado até Travessa do Fala-Só, para lá dizer algumas palavras. Mas, o que dizer? Quais as palavras? O texto se materializou um dia antes da ação, num final de tarde, à beira do Rio Tejo. Descreve a paisagem sonora e visual daquele lugar e situações observações nas ruas de Lisboa. Enquanto estive na cidade, fiz passeios no entorno da travessa do Fala-Só (Baixa - Praça dos Restauradores, Calçada da Glória - Ascensor da Glória / bondinho, Bairro Alto), mas só entrei/explorei o local onde ocorreria a ação, no dia da performance.
A performance aconteceu no começo da tarde de 22 de julho de 2013 (um dia antes de voltar ao Brasil).
A Travessa do Fala-Só tem quatro entradas e saídas. Duas delas são muito grafitadas e se localizam na Calçada da Glória – uma delas, dá acesso por escadaria. No seu interior, a travessa se transforma num largo. Para um lado, se afunila, transformando-se na Rua Santo Antonio da Glória, para outro, vira uma escadaria que se conecta à Rua da Glória (não é o mesmo que Calçada da Glória).
Entrei na travessa por um dos pontos da Calçada da Glória.
A ação aconteceu no trecho mais longo da travessa, entre seus quatro pontos de acesso.
Durante o tempo em que a ação ocorreu, operei os equipamentos e falei só. A voz foi captada por um gravador de som ZOOM-H4 emprestado. As fotos foram feitas num segundo percurso. A idéia inicial era usar gravador de voz e câmera-celular Samsung GALAXY-S4, que desligou no meio da primeira caminhada). Nesse momento eu ainda não tinha um camera gopro que melhor se acoplaria ao meu corpo.
A saída se deu pela escadaria conectada à Calçada da Glória. As imagens da entrada/saída da travessa estão disponíveis, em: slideshow .
Curiosidades: 1-na gravação do áudio, após falar a última frase do texto, dois homens e uma mulher entraram na rua, conversando. Resolvi manter o registro e adotá-lo como o encerramento da ação. 2-na gravação do vídeo, uma mulher carregando inúmeros lençóis brancos sobre o corpo, saiu de uma casa, caminhou alguns metros e entrou num hostel, sem olhar pra mim.
EM VOZ ALTA é composto de duas selfies (autorretratos) feitas em frente aos azulejos que indicam os dois extremos da Travessao e o audio com o texto falado, que mantém o tempo da ação (4´36), sem cortes, com as alterações do discurso, que ocorreram ao longo do percurso (ajustes de entonação, correção de palavras e pausas para respiração).
A fim de destacar estas alterações (oito momentos) foram aplicados efeitos sonoros (plug-ins) do software Nuendo 5, como: Reverber, Restoration, Modulation Chorus, Delay, Envelope. O áudio está disponível, junto a outros trabalhos, no meu perfil do soundcloud
Além disso, um material audiovisual apresenta o processo, como fotografias da travessa, video dos graffitis no entorno, link em código QR que dá acesso à imagem do Google map com o trajeto realizado, marcado em duas cores.
OBS: Viajei a Lisboa para apresentar o artigo Pequenos Ritornelos na Peça Sonora Selva de Metal na mesa Sonic Assemblages, da VI Conferência Internacional Estudos de Deleuze - O território ENTRE, na Universidade de Lisboa (julho/2013), com apoio financeiro do PPGAV–IA-UFRGS e MINC/Brasil.
EM VOZ ALTA na TRAVESSA DO FALA-SÓ integra a exposição ALTERAÇÃO - curadoria de Clóvis Martins Costa e, pode ser vista no Espaço Cultural FEEVALE - Novo Hamburgo/RS, de 08/10/13 a 20/12/13.
O nome instigante da travessa ativou a vontade de fazer uma ação naquele lugar, para além das caminhadas fotográficas e das capturas de sons que costumo fazer nos lugares por onde passo. E, vinha ao encontro das questões trabalhadas na minha pesquisa de doutorado em Poéticas Visuais no PPGAV- IA-UFRGS, intitulada Falei em Voz ALTA – ERRAGEM, voz e outros sons, que enfatiza o som (voz e paisagem sonora) em performance. Escolhi me hospedar numa região cujo nome me remetia a um tipo de ruído: o Chiado (ao chegar lá, descobri que o nome não se referia ao ato de chiar, mas era uma homenagem ao poeta popular, cronista da vida social lisboeta, do século XVI: Antônio Ribeiro Chiado – um contemporâneo de Luís de Camões). Assim, antes de chegar a Lisboa, havia criado uma proposição: fazer um percurso a pé, do Chiado até Travessa do Fala-Só, para lá dizer algumas palavras. Mas, o que dizer? Quais as palavras? O texto se materializou um dia antes da ação, num final de tarde, à beira do Rio Tejo. Descreve a paisagem sonora e visual daquele lugar e situações observações nas ruas de Lisboa. Enquanto estive na cidade, fiz passeios no entorno da travessa do Fala-Só (Baixa - Praça dos Restauradores, Calçada da Glória - Ascensor da Glória / bondinho, Bairro Alto), mas só entrei/explorei o local onde ocorreria a ação, no dia da performance.
