Se essa rua fosse... minha,







Dia de fotos no blog! Na verdade, todo dia é dia de fotos...
Organizei uns arquivos no notebook e encontrei imagens bem legais, que fiz das calçadas de São Paulo.
Além dos percursos criados pro movie-performance 'Pavimento' (2006), apresentado no festival Multiple_X/Instituto Goethe (2006) e na Mundo Arte Global (2007) em Porto Alegre, passei meses procurando e registrando 'As Falhas' nas imundas calçadas paulistanas.
É verdade que, recentemente, reformaram os passeios das ruas Oscar Freire e Augusta e estão finalizando as obras na Av. Paulista. Mas neste imenso labirinto que é São Paulo, ainda se tropeça em calçadas reconstruídas, destruídas e improvisadas.
Meses atrás, a revista da Folha (16/02/08) fez a matéria 'Calçada da (má) fama', falando de erros de projeto, poças dágua e o resultado de testes-drives com mães e seus carrinhos de bebê, portadores de deficiência visual, física, mulheres e seus sapatos de salto nas calçadas de vários bairros.
As pessoas em São Paulo andam muito de carro [tentam andar de carro...], assim quando me perguntaram qual o objetivo de fazer um vídeo com foco nas calçadas e no caminhar, respondi que me interessava mostrar o lado trash, precário, mas também divertido do piso da maior metrópole brasileira, já que muita gente não tem intimidade com a rua e não sabe o que pode encontrar nas suas calçadas.
Só dei um tempo na compulsão de fotografar a rua [por ex. saía de madrugada e clicava a parte de baixo do Minhocão...], quando recebi o terceiro aviso:
O primeiro aviso foi de um mendigo, que achou minha câmera 'das boas';
O segundo foi no Bom Retiro, quando quis fotografar as tripas de retalhos coloridos, descartadas, todas as tardes, pelas fábricas de confecções e a lente da câmera foi tapada por 'terceiros' que se apropriam e revendem este 'lixo'. Disseram que eu não podia fotografar aquelas peças, porque estavam 'vendidas'. O comprador era um homem franzino, com biotipo do Bin Laden, só que mais maltrapilho, que anotava coisas num bloquinho!
O terceiro aviso foi mais punk... Depois de uma chuva forte, o centro alagou e eu fui fotografar as cachoeiras que se formaram no asfalto e invadiram as calçadas, quando senti um beliscão no lado direito da barriga. Por um segundo, a adrenalina se espalhou no corpo e achei que tinha levado um tiro. Olhei pra camiseta e não tinha marcas, mas vi um clips caindo.
Fui alvejada de estiligue com um clips!
Olhei para todos os lados e não vi ninguém... Olhei pras janelas dos edifícios, mas nada de suspeitos. Sob a camiseta ficou a marca, tipo quelóide, de um clips médio [bonitinho até...#].
Só que imaginei se o atentado fosse contra meu rosto, meus olhos, enfim... e resolvi parar com as investigações em lugares suspeitos [por enquanto].