pensamentos lavados

Continuo confusa em relação ao que fazer em Arte.
E qual o sentido de construir coisas, mais coisas.
O que me interessa é a relação entre corpo e espaço.
Meus últimos projetos encaminhados às galerias e instituições, a fim de ganhar bolsa ou entrar na programação, foram de Performance.
Até agora, nenhum foi aprovado. Talvez por isso eu esteja confusa.
Não me preocupa o conteúdo dos projetos.
E sim as muitas coisas envolvidas nesses processos.Por exemplo, redigir um bom projeto já é um problema... depois, vem a história do networking e mais bla, bla, blas.
Hoje vi foto do novo trabalho de Vanessa Beecroft: mulheres reais pintadas como estátuas.
Li uma matéria interessante na Dazed & Confused, onde Hussein Chalayan comenta o fato de estar sempre à parte dos designers de moda.

[O livro ART AS LIFE de Allan Kaprow não me sai da cabeça].

Comecei a escrever pensamentos e outro tipo de coisas num livro de capa dura e pensei que minha vida em São Paulo daria um bom projeto de arte.
Por exemplo, eu poderia falar de situações e casas por onde passei:
1) o sobrado no Sumaré.
2) o hotel no Paraíso.
3) o apto no 15o andar da Av. Paulista.
4) o apto no Cambuci.
5) o apto. no Campos Elíseos
6) o estúdio, na casa da francesa.

Passaria pelos trajetos nas ruas, pelas noites sem dormir, pelas intensivas 'conversas' na web, sem abrir a boca durante 24h.
(cantar não vale, perguntar algo na padaria da esquina também não ou responder Não e Não às perguntas da caixa do Pão de Açucar).

Idéias não são problema: dormindo (de dia), 'vi' duas cenas de movie dentro de dois edifícios diferentes, ambos envolvendo escadaria e movimento descendente.
E surge a pergunta: 'quando as coisas que Você faz não servem pra nada, elas servem pra quê?'

Hoje li um resumo da bio de NICK DRAKE.
Engraçado que passei o dia pensando no Felipe Klein - um menino-anjo doce e rebelde que conheci.
Mas o que Felipe e Nick tem em comum, além do fato de não estarei mais nesse mundo?
Acho que um modo de, neste mundo, estar à parte. Resultado do cansaço e enjôo do mundo de um e secura do outro.
Mas o que me assustou foi, lá no perfil do Miranda - Orkut, ter visto um vídeo que poderia ser meu.